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Padroeira

Padroeira

Pe. Rogério Luíz Flores

Data de Nascimento: 11 de abril de 1964

Idade: 57 anos

Natural: Montenegro - RS - Brasil

Filiação: Athos José Flôres e Iva Ilone Flôres

 

FORMAÇÃO HUMANA – Sou filho único, mas graças a Deus e a educação que meus Pais me deram sempre vivi com o necessário e nada além disso. Agradeço muito a meus Pais a formação do caráter. Meu Pai, Athos, trabalhou a vida toda no ramo de móveis, profissionalizou-se na montagem de móveis e, mesmo depois de aposentado (1984), continuou trabalhando na fábrica até fins de 1990 quando terminei minha formação no Seminário. Minha Mãe, Iva, sempre foi dona de casa e me deu mais diretamente a formação humana que tenho hoje. Na missa de 50 anos – Jubileu de Ouro – dos meus Pais celebrada em 12 de maio de 2013 (eles casaram em 11 de maio de 1963) ainda destaquei estes aspectos como lições recebidas na família: a fé como confiança em Deus; a mãe pobreza como educadora; a própria Família como expressão de comunhão de vida e sinal da própria Igreja como família maior e a fidelidade dos meus Pais ao Sacramento do Matrimônio que também é fundamental para a minha fidelidade.

 

FORMAÇÃO RELIGIOSA

Batismo: 10 de maio de 1964, na antiga igreja S. João Batista, em Montenegro.

Primeira Comunhão: 21 de setembro de 1973, Capela N. Senhora das Graças, Par. S. Joao Batista.

Crisma: 21 de setembro de 1981, na Capela N. Senhora das Graças, Bairro S. João, em Montenegro, comunidade filial da Par. S. João Batista.

Ordenação Sacerdotal: 08 de junho de 1991, na igreja matriz S. João Batista, em Montenegro.

Primeira Missa como padre: 09 de junho de 1991, na Capela N. Senhora das Graças, em Montenegro.

Jubileu de Prata Sacerdotal: celebrado no dia 05 de junho de 2015, (na verdade, três dias antes do dia da ordenação, dia 08, em função de ser um domingo) na Capela N. Senhora das Graças, em Montenegro.

 

FORMAÇÃO BÁSICA ESTUDANTIL – Fiz meus estudos de 1º e 2º graus em Montenegro, onde vivi até os 18 anos. Após o término do 2º grau, trabalhei 1 ano e 2 meses num estúdio de fotografia. Entre o sonho de seguir na profissão de Técnico em Química e depois a carreira militar como sargento especialista em fotografia aérea na Aeronáutica, acabou prevalecendo sobre ambas a vocação sacerdotal. Esta foi amadurecida logo depois de receber o Sacramento da Crisma, uma semana depois já estava no sábado à tarde participando do primeiro encontro do Grupo de Jovens que depois recebeu o nome SER – Somos Enviados Responsáveis. Entre setembro de 1980 e fevereiro de 1983 participei regularmente deste grupo que sempre se reunia nos sábados à tarde e era responsável pela liturgia da missa na igreja S. João Batista, de Montenegro, no horário das 17h. Também fui catequista de Crisma entre 1981-83 e participei da fundação da Cáritas Paroquial  S. João Batista (que faz um trabalho social e atende famílias carentes), em Montenegro, representando os jovens em meados de 1982. No dia 28 de fevereiro de 1983 deixei o trabalho no estúdio de fotografia e ingressei na Escola Vocacional São José (Seminário S. José), em Gravataí, onde cursei naquele ano o Propedêutico, Curso de Aperfeiçoamento, curso este de formação seminarística em preparação ao Seminário Maior de Viamão. No ano seguinte (1984), ingressei no Seminário Maior de Viamão, sendo aprovado no concurso vestibular para cursar a Faculdade de Filosofia. Cursei a Faculdade de Filosofia durante três anos terminando o curso em 1986. No ano seguinte, ingressei no curso de Teologia, o qual, foi reiniciado no próprio Seminário Maior de Viamão. Fui aluno da primeira turma de Teologia do CETJOV – Centro de Estudos Teológicos João Vianney. Durante 4 anos cursei Teologia, terminando em 1990. Ainda em meados de 1989 até o final de 90, fui responsável pela Assessoria à Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Porto Alegre. Também participei como orientador de cursos sobre Bíblia no Centro de Pastoral, em Porto Alegre, e em outras comunidades paroquiais. Nesta época, o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, Pe. José Bonifácio Schmidt, convidou alguns estudantes de Teologia para lecionarem cursos de Bíblia na paróquia. Acabei participando desta experiência de formação bíblica dos leigos junto com outros colegas teólogos. Os cursos eram ministrados no subsolo do salão paroquial. Em 1991, fui designado para atuar na Paróquia S. José, de Roca Sales. Entre os mais variados trabalhos, lecionei Filosofia para turmas de 2º e 3º anos do 2º grau na Escola S. José.

 

A VIDA DE PADRE – No dia 08 de junho de 91 fui ordenado padre na Paróquia S. João Batista, de Montenegro por D. Altamiro Rossato. No dia 09 de junho presidi a primeira missa como padre na Comunidade filial Nossa Senhora das Graças, Bairro São João, em Montenegro. Continuei atuando na Paróquia de Roca Sales até o final de 1991. Em 1992 fui designado para trabalhar na Paróquia Bom Jesus, de Triunfo, como vigário paroquial. Também fiquei responsável para lecionar Ensino Religioso em duas turmas de 1º ano do 2º grau na Escola Cenecista Bom Jesus. Entre os mais variados trabalhos pastorais, iniciei 5 grupos de estudo bíblico no segundo semestre daquele ano, os quais se encontravam alguns uma vez por semana, outros mensalmente. Além disso, fiquei responsável para acompanhar a organização dos jovens da área pastoral de S. Jerônimo. Atuei nesta comunidade durante um ano e, a partir de fevereiro de 1993, assumi a Coordenação da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Porto Alegre, e voltei a morar no Seminário S. José, em Gravataí. Dentro deste trabalho também assumi com uma irmã e um irmão religiosos a coordenação da Pastoral Vocacional em nível de Rio Grande do Sul na CNBB Regional Sul 3. De 1995 e 97 assumimos a coordenação deste trabalho e deixamos como legado a criação da Escola Vocacional Sul 3 que nos primeiros anos teve o seu funcionamento no antigo IPJ – Instituto de Pastoral da Juventude, nos fundos do Colégio Anchieta, em Porto Alegre. Hoje a Escola Vocacional tem sua sede em Santa Maria. Na verdade, segui nos dois trabalhos de forma concomitante, na coordenação da Pastoral Vocacional na Arquidiocese de Porto Alegre e depois na coordenação do Regional entre 1995-97. Foram seis anos à frente da Pastoral Vocacional da Arquidiocese – entre 1993-98.

 

TRABALHO PASTORAL NA PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DE DEUS (CATEDRAL METROPOLITANA)  –

 

O “sim” dado no dia 03 de outubro de 2015, sábado à tarde, 14h, ao pedido de dom Jaime foi de coração e de alma como foi nas outras nomeações. É muito melhor ser nomeado e indicado para o trabalho pastoral do que escolher um lugar ou atividade. Quando se é nomeado a partir de um sim livre de amarras se vai com total gratuidade, parece que a fidelidade, em última análise, a Deus é que prevalece. Este tempo têm sido muito gostosos, propiciando-me dedicar nos horários livres ao que chamo hoje de “minha dependência”: muita leitura e estudo. Todavia, sem descurar do cuidado pastoral, administração paroquial, dedicação prioritária à comunidade, zelo pastoral pelo rebanho e atenção à voz de Deus, trabalho com os setores pastorais, ótimo convívio com o vigário paroquial e muita conversa no sentido de partilhar a caminhada pastoral, acompanhamento das reuniões que são bem mais reduzidas, atenção e muita sensibilidade na relação que a Catedral exige sobre as celebrações, abertura ao máximo para os Senhores Bispos e Arcebispo e para a estrutura maior da própria Arquidiocese em todos os sentidos – comunicação, convívio, amizade, presença, relação humana e próxima, livre de medos e restrições, com respeito e carinho, destacando o detalhe da acolhida, transparência e, principalmente, tendo presente a necessidade de se reverter este quadro de Porto Alegre como uma das capitais mais secularizadas. Enfim, é um trabalho desafiante, mas muito animador com a possibilidade de muitos frutos e bons resultados mais a frente a favor de todos.

 

ALGUMAS LIÇÕES QUE DESTACO NOS 25 ANOS DE MINISTÉRIO ORDENADO  –

 

  1. Cuidar da Vocação – isto significou sempre ter um padre amigo e diretor espiritual, procurar constantemente o Sacramento da Reconciliação e Penitência, fazer os retiros anuais do clero, cultivar diariamente a espiritualidade própria do padre diocesano (Liturgia das Horas, missa, adoração eucarística, meditação silenciosa da Palavra de Deus, momentos de contemplação), buscar a formação permanente, ler e estudar muito mais como padre do que no tempo de Seminário, participar regularmente de algum curso de atualização ou mesmo dos cursos ordinários como Mestrado em Teologia. Ter presente o lema sacerdotal “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33) e, por isso, a orientação sempre no sentido de buscar a configuração a Jesus Cristo, discernir a vontade de Deus e não ter medo do exercício permanente de conversão e aprendizagem.

  2. Participação efetiva da Arquidiocese – sempre procurei participar de todas as reuniões regulares – área pastoral, depois Vicariato, assembleias do Clero, cursos oferecidos, reuniões extraordinárias e na medida do possível as celebrações em nível mais amplo – Arquidiocese, Regional ou em nível Nacional e Internacional como JMJ em julho de 2013 no Rio de Janeiro.

  3. Convívio com os Pais e Colegas Padres – nossa turma continuou depois de ordenados padres a cultivar o encontro de pais que acontecia no Seminário. Por isso, na primeira ou segunda semana de janeiro (na segunda-feira) sempre fizemos o encontro de nossa turma de padres e pais na casa de um dos colegas. Celebrávamos a missa e depois ocorria a confraternização com churrasco, saladas, cuca e pão. Sempre foi um momento muito bom e gratificante de fortalecimento do grupo e dos laços de amizade entre os pais. Além disso, sempre cuidei de visitar meus pais nas folgas de segunda-feira e passar com eles o período de férias.

  4. Trabalhar com outro colega padre – independente do desafio, sempre trabalhei com outros padres. Como vigário paroquial com os respectivos párocos – Roca Sales, Pe. Pedro Arnhold; Triunfo, Pe. Leonardo Reichert; Seminário S. José, Gravataí, com a equipe de formadores; Viamão com os respectivos vigários paroquiais ou auxiliares(Pe. Luciano de Oliveira e na época Pe. Jacinto Flach – era diretor espiritual no Seminário Maior de Viamão e ajudava a Par. N. S. da Conceição nos sábados e domingos, Pe. Jorge Menezes, Pe. Luiz Angst, Pe. Luiz Kolling, de Cruz Alta, Pe. Egon Mohr e padres religiosos que ajudavam na Paróquia). recentemente, na Catedral, Monsenhor Ermillo Weinzmann, Pe. Luiz Maria Coelho Neto, Pe. Eduardo Kologeski dos Santos e o Pe. Ademar Agostinho Sauthier.

  5. Não deixar subir à cabeça nem a questão econômica (posses) e muito menos o risco de vaidade, orgulho ou qualquer espécie de ideia de poder – sempre ter em mente a nossa igual dignidade como cristãos pelo nossa Vocação Batismal e entender o Ministério Ordenado única e exclusivamente como serviço a partir do meu lema sacerdotal: “Buscai o Reino de Deus e sua justiça” (Mt 6,33). Assim como o Matrimônio o Sacramento da Ordem é sacramento de serviço.

  6. Amizades – com padres, religiosos(as), famílias. Sempre cultivei este valor desde a juventude e sempre foi motivo de enriquecimento pessoal, espiritual e vocacional.

  7. Raiz – de certa forma, sempre estive muito “fincado” no trabalho pastoral e no serviço à Arquidiocese de Porto Alegre, por isso, tenho poucas nomeações no meu trabalho pastoral, poucas viagens ou saídas maiores a tal ponto que só tenho até hoje no meu currículo uma viagem internacional para outros Continentes – em 2011, Itália, Egito e Israel. E com os seminaristas duas viagens de estudo: Minas Gerais em meados dos anos 90 e em 2003 para reduções jesuíticas aqui no RS, Paraguai e Argentina.

  8. Vida saudável – esporte, lazer, cuidado com alimentação e a questão de não consumir bebidas alcoólicas que vem desde criança, não foi um comportamento assumido depois por causa do Ministério Ordenado. Sempre me impactou muito ver nos anos 70 uma pessoa embriagada deitada no chão, na calçada ou na sarjeta mesmo, ou então, alguém perder literalmente o juízo e sair cambaleando, ou pior, partir para agressão em alguns casos quando o desentendimento chega às vias de fato e termina em briga. Digo nos 70 porque foi o período da minha infância e adolescência e esta imagem sempre me impactou demais.

  9. As tentações e as dúvidas – um padre e professor no Seminário já dizia em nossos estudos teológicos que não deveríamos querer uma certeza absoluta em nossa vocação como se tratasse de uma certeza lógica e matemática. Sempre é necessário o passo da fé, da confiança, da entrega, da doação, de ir em direção ao desconhecido desbravando numa aventura saudável os próprios mares da vida. O Catecismo da Igreja Católica já nos fala dos dois modelos de crentes: Abraão e Maria, pois acreditaram contra toda a esperança. Então, na vida de padre não se foge muito deste paradigma de fé, confiança e saída para a terra prometida. O próprio Cristo na oração do Pai-nosso não ensinou para rezarmos pedindo a eliminação das tentações, mas para que não caíssemos nas mesmas. Graças a Deus e não sem certa dose de dificuldade e sacrifício tenho conseguido “ficar de pé” como diz S. Paulo. Mas, reforço: “Graças a Deus!”

  10. Estudo – S. João Vianney já dizia: “Deixem uma comunidade sem padres e os fiéis irão adorar os bois”. Quem não se lembra do Pe. Olavo Moesch, então, diretor espiritual dos teólogos dizendo para nós seminaristas: “Padre que não estuda vira boi!”. Neste sentido, os livros sempre foram fiéis companheiros na caminhada. A insistência de meus pais em caprichar nos estudos desde cedo acabou virando uma dependência saudável na vida adulta. Nunca concordei com o choque que se estabelecia entre teoria e prática e os extremismos caindo para um ou outro lado, ora acentuando somente o cabedal teórico sem chão ora caindo no pragmatismo vazio e sem orientação. Assim, como nunca se pode colocar a Igreja em caixas denominadas “conservadora” ou “progressista”. Além da Filosofia e Teologia o Mestrado foi uma rica experiência para recuperar novamente o sentido de ser metódico na vida e sempre mais explorar a riqueza da inteligência que Deus nos deu a todos. E aí foi a grande chance de trabalhar “o problema de Deus do homem moderno” baseado na obra de Hans Urs von Balthasar, lembrando em síntese duas expressões lapidares nas suas conferências: “As paredes que são derrubadas parecem desproteger, mas o espaço que se abre para a vida é muito maior.” e “Se compreendes não é Deus” (Sto. Agostinho).

Biografia

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